O tema do próximo número de Caliban é O inaudito.


Um adjetivo, a palavra de origen latina significa não escutado – refere a algo que não se
ouviu, ou não se viu antes – o inédito.


Trata-se, portanto, de um sentido que nos aproxima de forma direta à Psicanálise.


Porque o inaudito como aquilo que provoca surpresa por situar-se fora das margens,
para além do que que se considera habitual, é a nossa materia primeira. Afinal, não
seria esta a própria concepção do inconsciente?


E nos leva a pensar na escuta do analista e em seus obstáculos; em sua permeabilidade
para acolher o estranho que surge e se surpreender com o novo, ou quando isso provoca
rechaço.


Como também nos levaría a considerar aquilo que não se ouve ou não se vê por recusa,
do ponto de vista da clínica do singular (tanto por via do paciente, quanto do analista) e
das denegações sociais, que impedem mudanças e processos reparatórios. O inaudito
pensado a partir de seu próprio contexto, conformando assim, sua categoría de ato.


O inaudito é o que aproxima a Psicanálise da Arte, já que esta se caracteriza pelo
ineditismo que gera um efeito de surpresa, ou mesmo um efeito disruptivo.


A proposta é elaborar um percurso pelo acontecimento que impacta ou que passa
despercebido, e que na maioria das vezes cai no esquecimento, para depois se fazer
audível nos síntomas.


Sua espessura também pode ser reconhecida nos grandes silêncios, e assim o inaudito
se apresenta a nós como a grande aventura da escuta.


A partir dessas ideias e sugestões, aquí fica o convite para que escrevam e nos enviem
os seus trabalhos.


Pedimos que busquem as orientações aos autores nos números de Calibán e no site
https://calibanrlp.com/lineamientos/


A data limite para o envio dos trabalhos é 15 de marzo de 2023 e eles devem ser
enviados para revistacaliban.rlp@gmail.com ou editorescaliban@gmail.com

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